Sunday, July 24, 2011

F.A.Q 2 – O itinerário (versão curta)

Ainda numa fase muito embrionária, já tenho um esboço daquilo que será o meu futuro itinerário. Parto com total liberdade. Tal significa que dificilmente cumprirei o que vou escrever abaixo. Leiam mais como um processo de intenção do que uma rota rígida.

Novembro: Turquia e Irão

Começo por duas culturas que sempre me apaixonaram. Istambul sempre foi mitica para mim e é a minha porta de entrada para dez meses a viajar. Depois dou um pulinho a Capadoccia para imagens que por certo me ficarão na memória. Acabo o mês na terra dos Persas e das Mil e Uma Noites.

Dezembro: India

Aterrar na megapolis Mumbai para enfrentar sem receios a India moderna. Depois rumo ao Sul para conhecer esta parte da India. Goa é sem dúvida uma dos highlights. É uma das cidades que já há muito tempo anseio visitar. Na minha adolescência Goa era o sitio para ir. E, passado alguns anos, lá estarei.

Janeiro: India

Depois de conhecer o Sul rumo ao Norte. E aqui é dificil de dizer o que não quero ver. Talvez a parte da India que mais pessoas ouviram falar. A lista é extensa e deixo apenas um sitio, por ser aquele que há mais tempo desejei ir: Taj Mahal.

Fevereiro: Nepal e China

É altura de beber a paz budista. Se possível passar uma semana num templo. Depois é rumar ao Tibete onde ficarei uns dias. Gostaria de avançar pela China e entrar em Laos por aqui, mas tal ainda não é uma certeza. Caso não consiga é voltar à India e apanhar um avião para a Tailândia.

Março: Sudeste Asiático (Laos, Cambodja e Vietname)

Outro dos meus sonhos de criança: Angkor Vat. A expectativa para esta parte do globo é grande. Entre outras coisas apetece-me passear pelo Mekong e conhecer por dentro a história brutal da guerra do Vietname

Abril: China

Quem não se lembra d'“Os heróis de Shaolin”? Bem apenas posso dizer que tentarei “visitá-los”. China é das maiores incognitas na minha viagem. Não sei muito o que esperar. Tem em mim uma paixão antiga, mas a cultura actual chinesa causa-me receio que se possa tornar numa desilusão. Independente do que acontecer, a possibilidade de andar na muralha da China é algo que já me deixa sem palavras.

Maio: Japão e Austrália

Arvores em flor, jardins perfeitos e templos pacíficos. É esta a imagem que imagino do Japão. Há algum tempo que sou um apaixonado por este país e pela sua cultura. A contrastar esta imagem aparece a moderna Tokyo, uma das cidades que mais me enche as medidas. Não me importaria de viver aqui uns anos, mas isso ficará para dias vindouros. Australia aparece por acaso. Em principio a rota mais barata para a América Latina passa por aqui, pelo que devo aproveitar para ter um cheirinho desta terra.

Junho: Brasil e Argentina

Aterro no Rio de Janeiro, mas será por pouco tempo. Rumo ao sul em direcção às cataratas de Iguaçu, fazendo uma ou outra paragem pelo caminho. Depois chego à cidade do Tango, Buenos Aires. Já me sinto a dançar (na realidade mais a ver) ao som desta cidade. Começo então o caminho para a Patagónia.

Julho: Chile e Peru

E chego ao ponto mais a Sul da minha viagem. Espera-me paisagens que de certo me tornarão mais humilde. E como não penso ir até à Antártida é altura de rumar a norte, visitar a ilha de Páscoa e entrar no Peru pelo lago Titicaca. E neste país, apesar de tantos highlights, só tenho duas palavras: Machu Pichu.

Agosto: Brasil

Termino a viagem perdido na selva, para depois saborear a costa brasileira. Rumarei até ao meu destino final: Rio de Janeiro. Sem dúvida uma bom porto para terminar esta longa jornada.

Nota Final: esta é a versão mais curta do que será a minha viagem. Caso o orçamento dê para mais não ficarei por aqui...

Sunday, July 3, 2011

F.A.Q. 1 – “Quanto é o orçamento para uma volta ao mundo?”

Gosto da forma doce como me perguntam quanto vai custar este sonho. Talvez seja uma caracteristica dos portugueses. Com raízes católicas ainda estamos habituados a ver o tema “dinheiro” com alguma vergonha. Assim, quando perguntam se me importo de dizer o meu orçamento, eu respondo que não. E como sei que é possivelmente a primeira questão que está na cabeça de uma pessoa, escolho-a para abrir a minha secção de F.A.Q.'s.

A resposta é: 20.000,00 Eur. Para uns é muito, para outros é pouco. Para mim é a conta certa. Dito o valor, explico como cheguei ao mesmo. Como sempre comecei pela net. Googlei a expressão “World trip budget” e no meio de vários artigos fui recolhendo informações (uma tool porreira que descobri foi este ficheiro, que foi criado por Filipe Morato Gomes).

Logo vi que um orçamento para uma viagem deste tipo é muito variável. Depende do teu itinerário, do que fazes na viagem e da fase da tua vida em que te encontras. O primeiro e o segundo são fáceis de explicar. O nível de desenvolvimento dos países afecta directamente quanto tu gastas. E neste ponto os extremos tocam-se: países muito desenvolvidos e muito pobres são mais caros enquanto países em vias de desenvolvimento ou semi-desenvolvidos são mais ligeiros para a carteira. Por outro lado se queres ter “luxos” os mesmos inflacionarão o orçamento. A fase da tua vida dir-te-á os “vicios” que já acumulaste. E esses trarão necessariamente custos adicionais. Quer seja o tabaco, a internet ou aquela dor nas costas, tudo isto tem impacto no orçamento. Aliás não é só no corpo que perdes flexibilidade, muitas vezes é mesmo nos hábitos que as pessoas tendem a ficar menos flexíveis com o tempo.

Dito isto, e fazendo um processo de auto-análise, cheguei ao ponto que sabia quais eram os meus limites pessoais. Poderia passar então à fase de criar um orçamento. E uma vez mais tens duas escolhas: ou utilizar uma estratégia “Top-Down” ou então segues a “Bottom-up”. Esta última passa por ir fazendo um levantamento de todos os custos da viagem e no final chegar à conclusão de quanto custará. Comecei o meu orçamento desta forma, e rapidamente cheguei à conclusão que não ia a lado nenhum. Esta estratégia implica teres conhecimento de tudo o que vais fazer. Ora, num universo de possibilidades, isso é uma tarefa infinita. A opção tornou-se clara. Teria que definir o meu máximo para gastar na viagem e a partir daí efectuar o planeamento. E numa mistura de auto-análise pessoal, de capacidade financeira e de vontade real de ir, cheguei a este valor.

Não é só a viagem que é algo único. A forma de orçamentares a mesma também o é. A questão não passa pelo “será que tenho dinheiro para isto?” mas sim pelo “será que quero mesmo ir dar uma volta ao mundo?”. Se responderes que sim à ultima pergunta, a primeira fica resolvida. E esta foi uma das primeiras lições que aprendi. A vontade de fazeres algo depende só de ti.

“Quanto é o orçamento para uma volta ao mundo?” A minha resposta é simples. Entre 1 a 1.000.000,00 Euros. Tudo depende da tua vontade.