Friday, March 16, 2012

Obrigado!


A India é... | x | ← colocar o adjectivo que quiserem escolher. Ele fará sentido. Percebo agora porque é que este país capta a imaginação de tantos, durante tanto tempo. Tentei descrever o melhor que pude mas isso é tarefa impossível. Apenas consegui transmitir uma pequena imagem, de quem apenas conheceu um pouco este país. Noventa dias neste país é o equivalente a um atomo de uma migalha do maior bolo do mundo.

Mas foi tanto o que aconteceu. Tanto que vi e senti. Fui empurrado para todas as emoções. E com isso cresci. E se esta sociedade é responsável por esse percurso, são os momentos partilhados e vividos que fazem o ritmo do meu coração aumentar e os meus olhos humedecerem.

Podia tentar imaginar, podia tentar planear, mas sei que seria impossível sonhar com melhor viagem que esta que vivi. E apesar de ser o actor que une todas as diferentes histórias, as verdadeiras estrelas – bem brilhantes neste firmamento – são as pessoas que tive o privilégio de conhecer. A todos, aos que nomeio e aos que omito por esquecimento, um enorme e muito sentido obrigado. Sei que na vossa vida fui um momento, ou uns dias, mas não imaginam como é estupendo estar deste lado e ver tanta riqueza humana passar pelo meu caminho.

De uma forma, ou de outra, estas são as pessoas que tornaram a India o que é para mim: um sitio mágico e que ficará tatuado no coração.

Agora que parto, recordo tantos momentos. A simpatia e gentileza do Sr. Bento em Panjim. A conversa doce com Mariah enquanto partilhavamos uma mesa ao jantar. O Manchester City de Ian (será este ano?), a escrita de artigos partilhada com Lisa. A despedida sentida de Serafin no seu Ordo Sounsar e a forma como LD me fez sentir em casa nesse espaço. Isto sem esquecer o eclipse partilhado com eles. E ainda por lá, encontrei a generosidade e simpatia de Tom que me oferecia a sua casa se passar por Munich.

Impossível esquecer a caminhada, conversa e personalidade de Oscar em Hampi. Ou o momento partilhado numa agência de viagem/bus stop perdida no meio de Hospet com Selina. A forma como Firoz se preocupava comigo na sua guesthouse em Cochin, enquanto um idoso cliente levantava todos os obstaculos possíveis.

Assim como levarei no coração o abraço de despedida em Munnar de Dotan, ou o reencontro com  Dani depois de Munnar. E ainda nos meus ouvidos, está a voz de Nadesh enquanto cantava no Echo Valley. Penso no café e a ajuda preciosa de Divya em Chennai. Café partilhado com os seus amigos e onde conheci a simpatia de Alex e a hospitalidade de Vinoth, viajante indiano, que fez questão de negociar a corrida de rickshaw para a minha tão aguardada viagem de comboio.

E como me senti entre amigos, numa estação de bus na companhia de Yogesh e seus comparsas em Mumbai. E existem momentos que são felizes coincidências. Como a de partilhar um poeirento autocarro com Jure. Uma viagem transformou-se numa daquelas conversas que nos levam a muitos lugares.

Claro que para mim o Rajastão estará sempre ligado a Hannah, que me ajudou a desbloquea-lo e com quem partilhei tantos momentos. Dificil de escolher um, mas agora que parto talvez escolha o pôr-de-sol, enquanto eramos “vedetas” para as camaras dos papparazi's atrás de nós. Uma imagem surreal como apenas a India permite. E deste estado guardo no coração a simpatia humilde de Badal em Khuri, algo que me tocou. Uma pessoa que parece transpirar rectidão e simpatia. Igualmente tocante foi a alegria e boa disposição de Kukki vivida enquanto cruzavamos as estradas rurais de Bundi. Aqui fiquei hospedado mesmo ao lado do restaurante de Chetna e Tony, um casal tão simpatico como bem humorado e que espero que um dia possam ir à europa e se tiverem por lá, que os possa ver em Portugal.  Foi também aqui que conheci maravilhoso Dustin com quem partilhei excelentes conversas à beira-lago. Mas sobre ele acho que me alongarei quando o visitar no seu país, o Vietnam.

E quando pensava que me restava apenas visitar os monumentos icónicos de India, heis que me é introduzida a vontade de aprendizagem e simpatia de Pramod em Varanasi. Ou então a hospitalidade e irmandade de Abid e Hassan em Kajuraho. Isto apenas para ser maravilhado por um dia que não estava nos planos com Fernando e onde pude reaprender a falar português, enquanto a nossa conversa saltava do inglês para o português, ao sabor do hábito e esquecimento.

E para terminar a viagem de forma perfeita heis que o meu caminho se cruza com o de Aurelie. E entre o sorriso inicial em Panjim e a despedida na bus station de Madgaon foram muitos momentos especiais partilhados, impossíveis de escolher num só momento.

E estes são apenas fragmentos de momentos partilhados com pessoas especiais. Uma humanidade de pessoas, que enriqueceram-me, fizeram-me feliz e mais que tudo preencheram o meu coração. A todos o meu mais amplo obrigado. Nunca vos esquecerei e espero reencontrar-vos nestes caminhos do mundo. 

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