Wednesday, February 8, 2012

Le moi errant: O Cansaço


A determinada altura começas a sentir um cansaço. Não é físico nem mental. Não o consegues definir e ficas preocupado. Olhas dentro de ti à procura da resposta. Aos poucos, esse cansaço modifica-te a viagem. Já não tens aquele entusiasmo inicial. As ruas já não são tão belas. O templo é apenas mais um. Acabas por esquecer o quão especial é o que estás a fazer.

O meu, apareceu no final do segundo mês de viagem. Chegou de mansinho e embrulhado noutros sentimentos. Primeiro foram as saudades de casa na época festiva. Depois o cansaço fisíco de estar tanto tempo em viagem sem conforto. Até que sobrou apenas o cansaço sem motivo aparente.

Pensei que tinha perdido a minha capacidade de admirar o mundo. De encontrar beleza nos pequenos detalhes. Interroguei-me se a mudança era pelo melhor. Foi um momento dificil da viagem. Um momento que uma amiga de Hampi – que estupidamente esqueci-me do nome e que espero que esteja a ler neste momento – me tinha avisado durante uma conversa que demorou uma travessia de rio.

É uma fase assustadora, mas depois... depois, sem eu conseguir explicar, heis que estou numa cidade, a admirar tudo como acontecia no início. As cores recuperam a sua vida, os detalhes são mais sentidos e os sorrisos ocupam os rostos das pessoas em teu redor. Voltas à viagem sem perceber. Só sabes que aconteceu, assim como sabes que o cansaço ficou finalmente para trás...

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