“E é altura de dar início a mais
uma partida. As gotas de agua já se agitam e... torneira aberta!
Saem de rompante da mangueira para o balde... lá fora o ambiente é
de festa, e que festa... aguardam um momento... aguardam...
aguardam... e pode ser... é agora... a oportunidade, está quase...
seguem para uma bisnaga, fintam o ar e... é agora... força,
coração... vai ser... SPLAAAAAAAAAAASHHH...”
Mais uma pessoa molhada, mais um benção
dada. Na realidade é impossível descrever a loucura que é um fim
de ano passado nesta região do planeta. Quis o destino que me
encontrasse em Luang Prabang – o centro dos festejos em Laos e
capital turistica do Norte deste país. Toda a zona histórica é
patrimonio mundial, e esta cidade tem uma beleza única. De
inspiração colonial, ladeada pelo Mekong e preenchida por belos
monumentos.
Mas não foi esta a Luang Prabang que
conheci. Adoptado pelos donos de uma guesthouse, fui introduzido à
loucura desta festa. Todas as pessoas acorrem às ruas. Em cima dos
carros ou nos passeios. Molham tudo o que se movimenta. Nos dias
festivos, não aguentei mais de 10 minutos na rua sem estar
completamente encharcado. E a cada molha, um generoso “Sabaidiiiii
Pi Mai”. E quem molha não se importa de ser molhado. A partilha de
água e risos é constante.
Coisas de Crianças? Nem pensar! Por
aqui todos participam. E na memória guardo a idosa que mal podia
andar, com a bisnaga na mão e o sorriso jovial no rosto. E o som é
de festa. Quer seja das casas, dos carros ou bares, a musica é tom
dominante e dá um diferente contexto a toda esta movimentação.
Aqui todos festejam, tudo é alegria, tudo é àgua.
Mais de três dias de festa. Ao
segundo, uma procissão cheia de carros coloridos, música de
tambores e uma Miss Luang Prabang em cima de uma estátua de búfalo.
Esta termina em frente de um dos templos, onde todos entramos e
seguimos a festa.
No fim, mais uma memória dourada, um
corpo cansado e roupas molhadas. Estes dias em Luang Prabang vão ser
inesquecíveis. Daqui saio com um dos mais rasgados sorrisos que
poderia ter. Quem sabe se no próximo ano não me encontrarei por
aqui uma vez mais?
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