Sunday, December 11, 2011

Às vezes é difícil...


Às vezes é difícil. Procuras um bom ângulo, tentas uma nova abordagem e... nada! Por cada tentativa, uma nova falha. Escreves e reescreves ao ritmo dos teus dedos. Sabendo que mal tenhas algo, já a mente diz para apagares. Gastas a tecla de “delete” e desesperas. O problema é que existe tanto para dizer.

Goa é cheio de estimulos. Não tens tempo para observar tudo o que o teu corpo capta. Quer seja a brisa doce, o corre corre dos insectos, o pequeno transito caótico, tudo se mexe e te toca. Goa parece uma pequena India com sabor português. Aqui tudo é mais calmo e ligeiro do que deve ser no resto do país. Já começas a reparar em pequenos pormenores que te confirmam que estás na India. As vacas já se passeiam bulolicamente pelas estradas e pela praia. O trânsito já tem laivos de caos. E as cabeças ondulam a confirmar o teu pedido. O português, ouvido aqui e ali, garante que ainda estás em Goa.

Mas continua a ser impossível encontrar um ângulo para transmitir toda esta paisagem verde tropical, toda a fauna que aqui e ali salta ou todo o ritmo calmo que acabas por sentir. Aqui existe tempo para tudo. E para um europeu – mesmo que português – isso é um pouco confuso. Às vezes pensas que não te entenderam, outras apostas que compreenderam perfeitamente mas não te ligaram. Em qualquer dos casos apenas com o tempo é que recebes a confirmação. E nesses minutos tu só podes mesmo esperar. Algo que rapidamente te habituas.

É normal que assim seja. Afinal no meio de toda esta paisagem, ao som das ondas suaves, tu próprio te esqueces do stress da vida. Para lá dos coqueiros pode existir um mundo, mas tu não queres saber. O mar hipnotizou-te e a música, tocada pela guitarra indiana, acompanha esse estado em que mergulhaste...

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