Wednesday, December 21, 2011

Cartas a um estranho


Querido Estranho,

Onde estás tu agora? Pensavas encontrar o exótico mas apenas encontras a vida. Nem a transformação do espaço publico em casa de banho te choca. As vacas que se passeiam fazem parte da tua vida e os macacos que saltam de galho em galho são mais um detalhe da tua aldeia.

Para onde fostes que não te vejo? Pensavas encontrar outros mundos e apenas vês que fazes parte de um mundo maior. Que as crianças que se passeiam descalças pelas ruas partilham o mesmo sorriso e alegria que vias a quilometros de distância. Que, cá como lá, tens de estar alerta para quem te quer enganar mas sempre aberto a quem está disposto a te ajudar.

Já nem estranhas as cores cheias de vida que compõem a tua visão. Não te sentes num meio longíquo, mas que as palmeiras que ladeiam o rio são uma paisagem tua. Algo que te conforta a alma. Que te preenche de uma tranquilidade.

Para onde foste com o teu medo da insegurança e do desconhecido? Pensavas encontra-lo aqui mas apenas encontras uma aldeia que é tua, pessoas que são teus companheiros e um mundo que também é o teu.

Devias de estar aqui ao meu lado. Feliz como estou de encontrar novos mundos no meu mundo. De não sentir a ausência mas sim a presença. Não o longíquo mas a proximidade da humanidade. Mas julgo que sei onde estás. Estás dentro de mim. Foste tu que me permitiste estar aqui hoje, a viver esta vida e a escrever estas palavras...

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