Tuesday, December 6, 2011

Dubai


Dubai apareceu na viagem como curiosidade zoolófica. Um oportunismo de uma viagem entre o Irão e a India. Queria conhecer esta polis criada no meio do deserto.

Logo no aeroporto tive a noção de que estava num mundo muito diferente daquele donde vinha. O cenário amplo e polido do hall do aeroporto transmitia-me a sensação de estar num hotel de cinco estrelas. Por momentos até poderia imaginar que estava numa qualquer cidade europeia. À minha volta não existia um véu e tudo parecia organizado. Claro que o check point da alfândega, com o seu aviso a determinadas regras de conduta, fez-me voltar à realidade.

Como tinha pouco tempo, acabei por escolher fazer uma das atracções da cidade. Neste caso o Burj Al-Khalifa, maior prédio do mundo. Já que fosse para fazer algo, que fosse algo apenas possível no Dubai. E tomo consciência que este deve ser o pensamento dominante. A sensação é de que as pessoas quiseram criar um sitio único, uma experiência unica. O que conta é ser o mais ou o maior. Coisas que o dinheiro possibilita.

Depois de sair do funcional metro do dubai, tenho a minha primeira visão sobre este lança apontada ao céu. Impressiona, como impressiona a quantidade de prédios ainda a serem construidos. Ao lado das residências encontro monstros de betão e vidro. Passo pelo Armani hotel – luxo, luxo, luxo - e sigo a asseada rua que me leva ao Dubai Mall – o maior do mundo – porta de entrada para a escalada.

Lá dentro, a modernidade saúda-me. Esqueço a minha faceta de simples viajante e vagueio-me como turista. Afinal, aqui é o que sou. E com o bilhete na mão lá vou sorridente para o elevador. É a primeira vez que subo a um arranha-céus. Tenho curiosidade de descobrir qual a sensação. Um homem vestido de árabe mostra-me o caminho. Partilho o elevador com outros turistas, e quando a subida começa, sinto que não é um elevador qualquer. Quer a pressão nos ouvidos, quer a contagem vertiginosa dos andares, dizem-me que este consegue atingir uma grande velocidade. Chegado ao topo, tenho uma ampla visão dos emirados. Um cidade plantada entre o deserto e o mar.

Não consigo deixar de ter a sensação de uma cidade artificial. Algo construído para satisfazer o ego de quem a criou. E apesar de todo o luxo, toda a modernidade e toda a perfeição sinto que esta cidade não pertence aqui. Quase que parece o recreio de seres humanos cheios de dinheiro. Desço uma vez mais pelo elevador. Sigo direto para a rua. Já vi o que tinha a ver. O momento é para estar um pouco a observar todo o luxo antes de regressar ao corre-corre da viagem. Não dou o meu tempo por perdido. Julgo que é necessário ver isto. Ver todo o luxo o que o dinheiro pode comprar. Acho que só assim se pode compreender melhor a natureza humana.

Mesmo antes de partir, um bom momento. No aeroporto um árabe despedia-se da liberdade do Dubai o melhor que podia. Celebrava efusivamente os ultimos momentos enquanto trocavamos umas palavras. Descubro que a vontade de liberdade é cada vez mais comum por estes lados...

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