Monday, December 12, 2011

Le moi errant: O escritor que há em mim...


Esta viagem já trouxe muitos momentos especiais. Cada, é um tesouro que guardo e me modifica. Talvez a maior mudança é admitir o que sempre fui: escritor. Bem sei o duro caminho pela frente. Os pesadelos da impotência de escrever, o medo da opinião das outras pessoas. Mostrar o que escrevemos é sempre um acto intímo. E, por mais que não queiramos, é o momento da nossa maior fragilidade.

Até hoje sempre tinha apontado a escrita para o lugar de sonho. Daquelas coisas que se querem fazer mas que no nosso intimo achamos impossível. Era a solução mais simples. Se a escrita expõe a nossa fragilidade, o assumir o compromisso de que somos escritores – e não contabilistas, médicos, professores, seguranças, recepcionistas, etc... - é o suicidio emocional. Depois de o fazer – assumir que sou um escritor – não existe retorno possível.

Mas é a única forma de realizarmos o nosso sonho. É necessário esse compromisso. Só existindo a possibilidade de falhar é que se poder concretizar algo. Acabei por perceber isso com esta viagem. Não só ela representa a realização de um sonho, como demonstrou que, para lá desse primeiro passo, não existe um inferno mas a vida.

Eu não sei que escritor há em mim. É um projeto em permanente construção. Só sei que o sou. Sempre o fui. Apenas não tinha a coragem para o dizer. E agora venha o sucesso e o insucesso. Venha muito trabalho e alguma inspiração. E depois, como em tudo na vida, logo se vê...

P.S. Dedico este post a três futuras escritoras que encontrei pelo caminho. Foram elas que me guiaram a este momento. Que me permitiram estas palavras. E por elas torço os dedos para que tenham todo o sucesso do mundo...

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