Sunday, April 8, 2012

De erro em erro até ser turista

Uma viagem não é feita sempre de decisões certas. Aliás os erros abundam. O meu teve muitos motivos. O cansaço de uma viagem, uma empatia desnecessária e uma precitipação de um sim antes de tempo.

Quando me sentei junto do meu “amigo nepalês” – agente turistico – queria-lhe dar um pouco de negócio. Julgo importante escolher a quem vou entregar o meu dinheiro. Assim - e como não tinha ainda a minha viagem orientada - não me parecia mal discutir um pacote turistico. E o cansaço que sentia, empurrava-me para aquela conversa. Depois de meses “on your own” não afastava a possibilidade de ter um pacote em que incluia tudo até Pokhara.

Claro que tal sensação deveria puxar todos os alertas que o meu corpo tem, mas estava anestesiado pelo cansaço. Quando o meu “amigo” me entregou o folheto, o grande interesse era saber se a viagem para Pokhara estava incluida - e se valia a pena dar algum negócio. Olhei para os preços, fiz uma pequena conta mental e pareceu-me um preço mais que justo. Não me custou nada dizer que sim. Uma vez mais, tudo me deveria dizer que algo estaria errado. Pelo menos toda a experiência que já acumulei me deveria prevenir para não me antecipar a aceitar algo sem saber tudo.
Como poderia esperar, o preço que tinha visto não era o correcto. Era o nepalês, e o meu era ligeiramente mais caro – quase o dobro. O cansaço voltou a ganhar, e no final achava que do estrago que não tinha sido mau. Tudo isto acabou por transformar a minha viagem. Sem que eu desse conta, passei num instante de viajante a turista. Com todos os sabores e dissabores que tal implica.

Vi Chitwa de uma forma diferente dos outros sítios que estive. Acabei por fazer tudo e mais alguma coisa. O que desejava e o que não desejava. Mas neste local acho que a minha alma queria ser um daqueles turistas que não se preocupa com nada. E quando saí de Chitwa estava de novo retemperado para prosseguir a viagem. Talvez mais do que antes. Sabia de novo a importância e alegria de fazer uma viagem como a que estou a fazer. De certa maneira foi necessário ir ao outro lado da moeda das viagens, para perceber um pouco mais de mim...

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