Um simples acaso
determinou que em vez de dois X's eu tivesse um X e um Y. E por causa
deste pormenor, portas abriram-se, a minha vida foi facilitada e
passeio-me por este mundo sem as preocupações de tantas pessoas.
Ninguém me quer tocar, ficar horas a olhar para mim ou me convida
para dar uma “rapidinha” já ali ao lado. Uma realidade tão
diferente que mudaria por completo a minha viagem.
Foi isto que
senti, enquanto suava em bica às duas da manhã e conversava com
Shyla. Conhecia-a em Bangkok. Estavamos à porta do local onde
pernoitavamos – fruto do meu vício de nicotina – e as palavras
fluiam sem parar. Ironia do destino, conhecia melhor uma realidade
que já tinha abandonado fisicamente.
E por ali – naquele pequeno sofá no passeio de uma rua tailandesa - recordei outros locais da viagem e a minha própria pátria. Vi como a realidade ainda é tão cruel para as mulheres. Um mundo de privilégios para quem tem a sorte de lhe sair um Y na lotaria genética. Outro muito diferente para quem lhe sai o X. Mais luta, mais tristeza e desilusão. Mesmo na Europa, a luta ainda é desigual. No resto do mundo só agora começou.
Viajar é também pensar na realidade que nos rodeia. Hoje dedico este post a todas as mulheres. Às que, com uma coragem que nunca necessitei, viajam como eu por este mundo. E àquelas que na luta mais dificil - a do dia-a-dia e dos seus sonhos - guerrilham por uma vida a que têm direito, fazendo sacrifícios que nunca tive sequer de ponderar...
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=F0uCsFOhNCE
ReplyDeleteWithout a doubt... :( Espero que se transforme num human's world e que de preferência possam coexistir com todos os outros elementos da natureza...
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