Wednesday, April 25, 2012

Le moi errant: A Lucky Bastard... ou seis meses depois

Fiz seis meses que parti de Portugal e nem sei o que sentir. Olho para trás e vejo o fio condutor que me guiou a este momento. Por dentro estou dividido entre o tanto que mudei, e o que sinto que ainda vou mudar.
O ponto de interrogação e exclamação continuam a guiar a minha vida. Um espanto de criança que teimo a abandonar. O meu io-io emocional também continua, e não fujo às minhas tristezas. Os vazios existem, mas compreendo que nos dão espaço para os preencher.
A forma como sinto a viagem também mudou. Hoje transformei o mundo no meu mundo e isso modifica tudo à minha volta. Não procuro o exótico mas sim o belo. Onde quer que ele se encontre. Tento sentir as emoções de onde estou. Reconhecendo que serão mais minhas que dos locais.
Não sei se estou mais adulto ou criança. Diria que ambos. Aprendi a viver com essa dualidade. Uma sempre presente em mim. Muitas vezes sou algo e o seu contrário. Abandono aos poucos a prisão de ser e transformo-me no que já era.
A viagem, bem essa segue o seu caminho. Nunca sei onde irei. Tudo depende do que o meu “inner self” me diz. Ouço mais claramente essa voz, embora por vezes ainda não a siga à primeira palavra.
E, apesar do tempo de viagem, sinto que ainda não vi, fiz ou aprendi nada. Existe tanto à minha volta. Tantas vivências que me ultrapassam e me deixam humilde. Hoje sou mais ignorante do que parti, até de mim mesmo. Descobri que tenho um longo caminho até agora desconhecido.

E é isto que estes seis meses me deram. Mas mais que tudo, recebi um conjunto de pessoas fantásticas que se cruzaram no meu caminho e a quem eu aprendi a chamar de amigos. Vidas únicas e especiais. Tão especiais que me fazem ter a certeza que sou, e talvez sempre serei, a Lucky Bastard!

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