Esta é daquelas
fotografias que há uns meses seria impossível. Isto porque foi
tirada de um local que não era próprio para tal. Uma doca privada
no fim de uma rua de armazéns. Daquelas que quando estamos sozinhos
num lugar estranho não gostamos de nos aventurar.
No início desta
viagem acho que nem pensaria colocar lá os pés. Mas agora que as
ruas do mundo são também minhas, esta era apenas mais uma e estava
curioso para saber o que encontraria do outro lado do rio. À minha
volta as pessoas seguiam a sua vida normal. Carregando mercadorias,
fazendo uma pausa para a refeição ou apenas relaxando.
A parte do fim da rua é um mercado. Possivelmente matinal, pois as bancas já estavam despedidas. Ao atravessa-lo, uma mulher dos seus 60 anos chama-me a atenção para algo em tailandês. Tentamo-nos compreender o melhor que podemos mas só partilhamos umas palavras. Percebo que é um local privado e peço para tirar uma fotografia. Ao que ela acede com uma cara de rigor. Foi a última barreira que tive de ultrapassar depois de meses a perder inibições e medos. Tanto para tirar uma simples foto.
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