Thursday, April 26, 2012

Pelas ruas de Bangkok

“Única” É a palavra que encontro para descrever esta cidade. Por si só não significa nada. Este é um daqueles adjectivos que se colam a muitas realidades diferentes. O problema é que não consigo perceber muito bem o que a torna única. É apenas uma sensação que tive enquanto passeava pelas ruas de Bangkok.
São as pessoas que transformam um local naquilo que ele é. E a primeira coisa que reparamos é na sua beleza. É impressionante a forma como qualquer mulher coloca uma modelo em cheque. Tipicamente usam vestidos curtos a realçar as formas lineares dos seus corpos. Muitas com uma sombrinha a tapar do sol. E os homens não ficam atrás. Com estilo mais informal na aparência, cultivam o bom gosto desta cidade. Por aqui sinto-me um vagabundo.
Mas não é só a forma como se vestem. Também é a forma como andam. Certas do seu destino, sem ponderações, transmitem uma segurança que a cidade sabe para onde vai. E se olharmos para os passeios, vai para o céu. São muitos os arranha-céus ou os mega-centros comerciais.
Em cada saída do metro a mesma sensação. A de uma cidade cosmopolita e livre. Um sítio que se torna independente do país onde está. Por aqui goza-se uma liberdade que já sentia falta. Como em tudo, aqui e ali percebemos que essa não é a realidade profunda, mas sim a mais aparente. Afinal Bangkok é também capital da prostituição asiática e mesmo ao lado do night market – um conjunto de stands de rua que vendem um pouco de tudo – está um dos locais mais antigos de prostituição. E ao atravessarmos não ficamos indiferente a esta realidade.
Mas esta não é uma cidade de realidades únicas. Ao entrar na Chinatown encontraremos a confusão asiática e um espaço que é uma enorme loja chinesa. Aqui podemos perder o tempo de uma vida. Demorei meia-hora a atravessa-lo em linha recta. Pelo meio ficam os rostos, quase todos asiáticos, que procuram um pouco de tudo ao preço mais barato.
Pelo meio podemos nos banquetear com uma qualquer comida de rua. E como os tailandeses sabem cozinhar. A minha favorita é simples: um sticky rice com manga e molho de coco. Mas não apenas aqui. As barracas de comida de rua são outra imagem desta cidade e encontram-se um pouco por todo lado. Do sitio mais banal até à zona dos templos. Esta última é o centro de todo o turismo de Bangkok. Um espaço limpo a tocar o rio. Qualquer cidade do mundo ficaria feliz por ter um espaço assim. Os pagodas dizem-me que estou noutro mundo, as regras mudaram e agora é tudo acerca do turista.

Não estranho que por aqui sou mais vezes abordado que em qualquer outro sitio. Os condutores dos ricksaws coloridos - e bem maiores do que os que estava habituado - tentam-me convencer que preciso de ir a um local qualquer. Mas não preciso. Para sentir o que esta cidade transmite apenas é necessário passear pelas suas ruas...

No comments:

Post a Comment